Quem somos

Somos um grupo interdisciplinar interessado em fazer ciência de ponta, articulando pesquisadores e estudantes de diferentes áreas de formação, de diversas regiões do Brasil e de fora dele, desenvolvendo pesquisas com impacto social positivo. Nossa missão é aproximar indivíduos e grupos com diferentes visões de mundo, na busca por convergência, cooperação e esforços colaborativos, para resolver problemas e conflitos que afetam a sociedade. Investigamos os efeitos de características individuais, sociais e fatores contextuais na percepção e no comportamento das pessoas, em diferentes cenários. Estamos particularmente interessados nos fenômenos humanos relacionados a problemas como mudanças climáticas, desigualdade social, conflitos intergrupais e radicalização política. Buscamos conhecimentos que proporcionem à sociedade estratégias para dirimir conflitos, promover cooperação e solucionar desafios complexos, sempre com respeito à coletividade e à diversidade humanas.

Fotografia de uma mulher segurando um modelo plástico de um cérebro, na versão que valoriza o sistema vascular cerebral. Não é possível ver o rosdo da mulher, mas algumas tatuagens são vistas em seus braços.

NOSSOS DESAFIOS ESTÃO ALINHADOS À AGENDA 2030 DA ONU

Diversidade, igualdade e inclusão

A diversidade é um dos valores mais importantes para uma sociedade justa e equitativa. Ela abrange, entre outras diferenças, as culturais, étnicas, de gênero, orientação sexual e religião. Celebrá-la, entretanto, só é possível quando há igualdade e inclusão em todas as esferas sociais.

O desafio que nosso INCT lança em estudar Diversidade, Igualdade e Inclusão, por meio de diferentes linhas e projetos de pesquisa, vincula-se a vários objetivos da Agenda 2030, em particular, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 1, 5, 10 e 16, pois:

As mudanças climáticas, recorrentes nas últimas décadas, estão intimamente ligadas ao aquecimento global, pois resultam de alterações dos padrões climáticos e de temperaturas percebidas a longo prazo. Os motivos podem decorrer tanto de causas naturais quanto de ações humanas. Esta linha de pesquisa relaciona-se aos ODSs 6 (Água potável e saneamento), 13 (Ação contra a mudança global do clima), 14 (Vida na água) e 15 (Vida terrestre).

Os tópicos estão interligados, porque mudanças climáticas têm grande interferência, por exemplo, na quantidade e na qualidade da água disponível no planeta, tanto para consumo quanto para saneamento, direitos assegurados pela Constituição Federal a toda a população, que permitem promover saúde e educação, preservação do meio ambiente e prosperidade econômica. Ações contra a mudança global do clima (ODS 13) são objetivos alinhados aos temas do nosso INCT, especialmente pelo compromisso com o desenvolvimento de políticas públicas equitativas e respeitosas da diversidade humana e ambiental. Ademais, mudanças climáticas podem afetar a vida na água e na terra (ODSs 14 e 15), pois aumentam a probabilidade de catástrofes naturais que impactam diretamente não só os recursos hídricos, mas as atividades humanas.

Polarização política

Polarização política pode afetar negativamente interesses coletivos, como a promoção de saúde, bem-estar, paz e justiça, junto às ações contra a mudança global do clima e à consolidação de instituições eficazes. Sociedades polarizadas também têm maior dificuldade para conseguir parcerias e meios para reduzir danos decorrentes da inatenção aos interesses coletivos. Em nosso INCT, esta linha de pesquisa relaciona-se aos ODSs 3 (Saúde e Bem-estar), 13 (Ações contra a mudança global do clima), 16 (Paz, justiça e instituições eficazes) e 17 (Parcerias e meios de implementação).

Os impactos da polarização política sobre a saúde e o bem-estar das pessoas têm início ainda em suas vidas privadas, quando a convivência social é afetada por desavenças entre familiares e amigos, recorrentes, nos últimos anos, baseadas em partidarismo político. A disseminação de discursos hostis de caráter ideológico nas redes sociais também tem impactado o bem-estar individual e coletivo, porque estimula comportamentos polarizados e violentos fora das redes.

Desinformação

O bem-estar é um estado positivo na busca por uma saúde ideal e satisfação com a vida, alcançado quando os indivíduos se sentem confortáveis social, mental e fisicamente, em especial por meio da prática de atividades físicas, alimentação adequada e relacionamentos interpessoais saudáveis. Alinhada aos ODSs 3 (Saúde e bem-estar) e 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes), em nosso INCT, esta linha de pesquisa se preocupa com o bem-estar como produto de diversos fatores promotores de saúde e qualidade de vida, pelo fortalecimento emocional e social em todas as fases da vida. Buscamos, nesta linha, compreender os mecanismos individuais e sociais construtores de sociedades pacíficas, em que os direitos fundamentais estejam disponíveis a todos de forma equitativa.

Bem-Estar

Secas e calores extremos, por exemplo, podem alterar substancialmente o desequilíbrio do ciclo da água, cujas consequências podem ser refletidas também em desastres como as enchentes e os deslizamentos registrados no litoral norte de São Paulo (fevereiro/2023), que deixaram vários mortos e desabrigados. A recorrência de fatos como esses exerce grande impacto social, econômico e de saúde pública, sendo urgente, por isso, investigações interdisciplinares, para indicar soluções eficazes de extinção ou mitigação desses efeitos nocivos.

Na esfera pública, políticas públicas frequentemente são pautas de disputas ideológicas, o que pode impedir a alocação adequada de recursos, o desenvolvimento e a implementação de ações que promovam bem-estar, como o acesso a serviços de saúde adequados. Exemplo recente foi a forma como se deu o enfrentamento à pandemia da COVID-19, que requereu adesão a novas normas sociais, como uso de máscaras e aceitação das vacinas, agendas tornadas controversas devido à polarização.

A polarização política também pode ser muito negativa para as ações contra a mudança global do clima, uma vez que os embates ideológicos alcançam as políticas ambientais. No nível individual, a percepção das pessoas sobre fenômenos ambientais é modulada por vários vieses, como os vieses de crença e de confirmação, de modo que indivíduos com visões de mundo politicamente polarizadas percebem os desafios climáticos de forma distinta. Essas diferentes inclinações individuais podem ser determinantes para o apoio e a adoção de ações de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, como investimentos em energias renováveis ou medidas para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa. 

No âmbito internacional, disputas ideológicas podem levar a conflitos violentos, à erosão da confiança nas instituições democráticas e no Estado de Direito. Exemplos como a invasão do Capitólio, nos EUA, em 2021, e dos Três Poderes (Suprema Corte, Congresso Nacional e Palácio do Planalto), no Brasil, em 2023, evidenciam os perigos da polarização política e a ameaça à paz, à justiça e à confiança em instituições eficazes.

A criação de acordos entre governos, organizações da sociedade civil, setor privado e outras partes interessadas com visões de mundo diferentes é, em contrapartida, essencial à criação de parcerias e meios de implementação das demais metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Um dos principais desafios do nosso INCT é compreender os processos subjacentes à polarização, pois esses conhecimentos são essenciais à busca por convergência e soluções cooperativas, para conseguirmos responder às questões da Agenda 2030.

Desinformação constitui-se por informações contrárias ao consenso científico, que podem englobar premissas ou dados incorretos, não necessariamente falsos, cuja deturpação instrumentaliza a manipulação de comportamentos e opiniões da sociedade. Em nosso INCT, este desafio, atrelado ao ODS 4 (Educação de Qualidade), fundamenta-se no fato de que a educação de qualidade, em seu caráter transformador, auxilia as pessoas a desenvolverem habilidades críticas necessárias à identificação e verificação de informações confiáveis. O avanço das redes sociais, em particular, facilitou a disseminação de desinformação e aumentou o impacto  de conteúdos nocivos às políticas de saúde pública, como a não adesão a normas de prevenção e combate à pandemia da COVID-19, além de estimular conflitos entre diferentes grupos, que, mobilizados por polarização política, também incentivaram a inconformidade com as normas sanitárias e a invasão dos prédios dos Três Poderes em Brasília (janeiro/2023).

Ao buscarmos entender os mecanismos cognitivos, afetivos e sociais mobilizadores dos movimentos de desinformação, nosso INCT também proporcionará conhecimentos necessários ao desenvolvimento de raciocínio crítico, à alfabetização digital e à educação cívica, fundamentais à consecução de sociedades inclusivas, equitativas e cooperativas.

  • a pobreza é uma das principais causas da exclusão social e da desigualdade. Erradicá-la (ODS 1) é uma meta essencial para solucionar esses problemas;

  • a igualdade de gênero (ODS 5) é um dos principais meios para reduzir desigualdades e promover inclusão social; é a garantia de que todas as pessoas, independentemente do gênero, tenham acesso aos mesmos direitos e oportunidades, incluindo acesso à educação, ao trabalho e à participação política;

  • a redução das desigualdades (ODS 10) garante que todas as pessoas, independentemente de status socioeconômico, tenham acesso aos mesmos serviços básicos, como saúde, educação e transporte. Reduzir desigualdades fomenta inclusão social e contribuição coletiva para o desenvolvimento sustentável;

  • paz, justiça e instituições eficazes (ODS 16) garantem a todas as pessoas que elas sejam tratadas com respeito e dignidade, e que as suas necessidades e interesses sejam considerados nas políticas públicas e demais decisões de abrangência social. Instituições eficazes são essenciais para assegurar a aplicação justa e equitativa de leis e políticas públicas, visando à promoção de inclusão social e diversidade.

Mudanças climáticas