ESPECTROSCOPIA FUNCIONAL NO INFRAVERMELHO PRÓXIMO (fNIRS)
A Espectroscopia Funcional no Infravermelho Próximo (fNIRS, do inglês functional near infrared spectrography) é uma técnica que utiliza a emissão de luz no escalpe de uma pessoa. Essas frequências luminosas refletem especificamente em moléculas de hemoglobina oxigenadas (oxihemoglobina) e não-oxigenadas (deoxihemoglobina), indicando alterações na concentração dessas moléculas no córtex cerebral, possibilitando verificar, indiretamente, a ativação das áreas corticais para a realização de alguma tarefa.
O equipamento de fNIRS permite a realização de estudos mais ecológicos do que uma ressonância magnética, por exemplo, na qual o participante precisa ficar deitado e imóvel. Além disso, o fNIRS possibilita distinguir os ruídos de movimento das alterações hemodinâmicas padrão, bem como nos possibilita a vantagem de resolução espacial superior à de técnicas semelhantes, como a EEG.
O INCT-SANI conta com o equipamento Brainsight NIRS (Rogue Resolutions LTD), que possui, no total, 16 emissores de luz e 32 detectores, permitindo mais de 72 canais possíveis sobre o escalpe. O aparelho é compatível com estimulação magnética transcraniana (EMT), estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC) ou alternada, eletro e magnetoencefalografia (EEG e MEG, respectivamente). Cada canal registra níveis de oxi e deoxihemoglobina em região cortical, que servem como medida indireta de ativação da região alvo.
Neste INCT, o equipamento de fNIRS será utilizado para investigar aspectos neurofisiológicos associados a fenômenos afetivos, sociais e morais, em diferentes tarefas experimentais, possibilitando a compreensão de relações causais e correlacionais entre o sistema nervoso e os comportamentos-alvo. Além disso, considerando a possibilidade de realizar estudos de hyperscanning (coleta simultânea de dados em dois indivíduos) com fNIRS, será possível avaliar padrões de recrutamento neural durante uma interação em tempo real em tarefas cooperativas e colaborativas.