Rethinking the Future: um saldo positivo para a ciência e para a sociedade
Entre os dias 16 e 20 de outubro de 2023, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurociência Social e Afetiva (INCT-SANI, CNPq), dirigido pelo Prof. Paulo Boggio e sediado na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), com o apoio do Programa CAPES PrInt, realizou o evento Rethinking the Future: Exploring the Role of Social, Behavioral, and Neural Sciences in Overcoming Global Obstacles and Promoting Progress. Durante a semana, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação nacionais e internacionais ficaram imersos em discussões interdisciplinares.
No período da manhã, os acadêmicos internacionais apresentaram seus trabalhos e, à tarde, pesquisadores e estudantes apresentaram seus projetos, que, então, foram discutidos por todos os membros dessa grande rede nacional e internacional iniciada com o projeto CAPES PrInt e que, agora, integra o INCT-SANI, projeto financiado pelo CNPq.
A mesa de abertura foi composta pelo Pró-Reitor de Cultura e Extensão da UPM, o Prof. Cleverson de Almeida, pelo Diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, o Prof. Jan Carlo Delorenzi, pela Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Desenvolvimento Humano, a Profª. Miriam Ribeiro, pelo Capelão da UPM, Capelão Rick Santos, e pelo coordenador do INCT-SANI, o Prof. Paulo Boggio.
O evento teve duas conferências de abertura que foram proferidas pelas professoras Deisy de Souza (UFSCAR), diretora do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia sobre Comportamento, Cognição e Ensino (INCT-ECCE), e Dora Fix Ventura, fundadora do Laboratório de Psicofisiologia Sensorial e do Laboratório de Psicofísica e Eletrofisiologia Visual Clínica (USP).
Ao longo da semana, foram 8 as aulas proferidas pelos acadêmicos internacionais: Walter Sinnott-Armstrong (Duke University), John B. Nezlek (SWPS University of Social Sciences and Humanities e College of William & Mary), Marzena Cypryańska-Nezlek (SWPS University of Social Sciences and Humanities), Aleksandra Cichocka (University of Kent), Elisa Macedo Dekaney (Syracuse University), Carolyn Parkinson (University of California, LA), June Gruber (University of Colorado) e Sabrina Marques (Western Connecticut State University).
No dia 17, o Professor Walter Sinnott-Armstrong apresentou novas formas de estudar questões morais, especialmente por um modelo de aproximação-evitação e múltiplas interseções sobre o que podemos caracterizar como bom e mau.
Ainda na terça-feira (17), a Professora Elisa Dekaney trouxe importantes reflexões sobre o contexto em que fazemos ciência e destacou a necessidade de ampliarmos os métodos de pesquisa para alcançarmos a diversidade. Essa proposição visa enfrentar um problema clássico na ciência: a típica participação de pessoas que compõem a chamada amostra WEIRD, isto é, pessoas oriundas de países ocidentais (western), escolarizados (educated), industrializados (industrialized), ricos (rich) e democráticos (democratic), comumente encontradas nos grandes centros universitários.
Fechando as palestras matinais do dia 17, o professor John Nezlek apresentou uma nova concepção de pró-socialidade, a pró-socialidade ideológica, distinguindo o que podemos chamar de pró-socialidade interpessoal.
Dando início às palestras do terceiro dia (19), a professora Carolyn Parkinson discorreu sobre as interseções entre neurociência e relações sociais, explorando como nossos cérebros moldam e são moldados pelo mundo ao nosso redor. Ela apresentou dados sobre as semelhanças na forma como nossos cérebros processam o mundo, com base na distância social entre os indivíduos. Na sequência, a professora Marzena Cypryańska-Nezlek apresentou dados essenciais à reflexão sobre estratégias de combate às mudanças climáticas, destacando a relação entre comportamentos de mitigação das mudanças climáticas e personalidade.
Fechando as palestras do dia 19, a professora Aleksandra Cichocka, por sua vez, discutiu o papel do narcisismo coletivo e da identidade nacional nas decisões políticas e no enfrentamento de desafios globais como a pandemia da COVID19.
Abrindo as palestras do último dia (20) do Evento, a professora June Gruber discorreu sobre “emodiversidade” e saúde mental, destacando a necessidade de entendermos a saúde mental e o bem-estar dos jovens adultos em diferentes contextos culturais. Por fim, a professora Sabrina Marques salientou a importância do cultivo da criatividade, apresentando trabalhos sobre o fazer artístico e a promoção de bem-estar.
Fechando o Evento, o Professor Paulo Boggio trouxe reflexões sobre a importância da interdisciplinaridade, destacando que a semana proporcionou imersão em conhecimento acadêmico e pesquisa de ponta, além de ter sido um convite à ação. O futuro que estamos repensando exige abordagem interdisciplinar, de modo que ciências sociais, comportamentais e neurais convirjam para o entendimento e para o enfrentamento dos desafios globais.
As sessões de discussão de projetos, que ocorreram no período da tarde, intencionaram discutir trabalhos de membros e parceiros do INCT-SANI que visam à compreensão e à proposição de estratégias eficazes para alcançarmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU. Ao todo, 13 projetos de pesquisa de diferentes níveis acadêmicos foram discutidos e, com eles, novos capítulos foram devidamente delineados. Confira, a seguir, algumas fotos dessas tardes extremamente produtivas e que deixaram saudade.